INTRODUÇÃO:
Paulo foi feito prisioneiro, mas como ele mesmo o revelou em suas epístolas, o evangelho de Cristo não estava em cadeias. Na aula de hoje estudaremos a respeito de como o Apóstolo, mesmo preso, não se eximiu da responsabilidade de pregar Cristo, o Crucificado. Ao final, destacaremos o caráter inconcluso do livro de Atos, considerando que a história da igreja prossegue.
1. A PRISÃO DE PAULO:
Paulo permaneceu preso em Cesaréia por dois anos, isso porque Felix esperava receber alguma propina para livrá-lo. Posteriormente, Felix fora substituído por Festo como governador e mal havia assumido o cargo, fora convidado a comparecer ao julgamento de Paulo em Jerusalém. Por não compreender bem a natureza da acusação contra Paulo, Festo contou com a assessoria de Agripa II e da sua mulher Berenice. Na ocasião o Apóstolo apresentou sua defesa, destacado o processo de conversão à fé cristã. O Apóstolo, por ter cidadania romana, apelou para César, sendo conduzido a Roma. Logo após o julgamento, Agripa II admitiu que Paulo poderia ter sido libertado se não tivesse apelado para César. Certamente esse era o objetivo de Paulo, pois sabia da necessidade de expandir o evangelho na capital do império, a difusão da mensagem de Cristo tinha prioridades sobre os seus interesses.
2. A VIAGEM DE PAULO A ROMA:
Paulo embarcou para Roma em um “navio adramitino” (At. 27.2) que depois de ter chegado a Sidom, conduziu os viajante até Mirra, levando ao norte de Chipre, ao invés de seguir a rota comum do sul, isso porque os ventos eram contrários. Durante o percurso, Paulo animava os marinheiros revelando-lhes uma visão que tinha tido durante a noite. Na décima quarta noite, depois que tinha saído de Bons Portos, os marinheiros pensavam que estavam próximos a terra. Em meio à tempestade, a tripulação quis deixar os passageiros entregues à sorte, procurando salvar-se no bote. Mas Paulo compreendeu a situação, por isso, mandou cortar o cabo que prendia o batel, e desta forma, os marinheiros foram obrigados a ficar a bordo do nativo, para ajudarem no salvamento de todos. Durante os momentos difíceis, Paulo trouxe mensagens de esperança, estimulando os soldados e marinheiros a se alimentarem e a confiarem em Deus. Em seguida, orientou para que as cargas fossem lançadas ao mar, a fim de aliviar o fardo do navio. Quando o dia amanheceu, a tripulação pode ver um lugar apropriado, mas os soldados pretenderam matar a todos, para que nenhum fugisse. Mas o centurião impediu que isso fosse feito, certamente devido à influência de Paulo. Por fim, o navio encalhou, os que se salvaram conseguiram chegar a ilha de Malta. Naquele lugar permaneceram por três meses, sendo tratados com hospitalidade pelos habitantes, principalmente pelo líder da ilha, denominado Públio. Paulo teve a oportunidade de orar pelo pai daquela autoridade, sendo esse curado quando o Apóstolo impôs sobre ele as suas mãos. Em seguida, Paulo seguiu viagem rumo a Roma e ali permaneceu por dois anos em sua própria casa, sempre guardado por um soldado (At. 28.16-30). Essa foi a sua primeira prisão em Roma, sempre preso a um soldado da guarda pretoriana, o que favoreceu a evangelização e discipulado na casa imperial (Fp. 1.12; 4.22). Durante esse período em que Paulo esteve preso em Roma, ele escreveu as epístolas aos Efésios, Colossences, Filipenses e a Filemon.
3. ATOS, UM LIVRO INCONCLUSO:
A maioria dos livros da Bíblia apresenta uma conclusão. As epístolas, por se tratarem de um gênero com início, meio e fim, costumam apresentar uma abertura, desenvolvimento e fechamento. O livro de Atos dos Apóstolos, por sua vez, termina sem ser concluído. Alguns teólogos acreditam que Lucas pretendia dar continuidade a sua narrativa eclesiástica, mas isso não foi possível. A continuidade dos anos iniciais da igreja cristã ficou reservada aos historiadores, dentre eles, Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica. Fato é que a história da igreja cristã prossegue, ela não teve o seu fim no livro de Atos. Segundo a narrativa extra bíblica – não necessariamente antibíblica – Paulo teria sido decapitado em Roma, quando preso naquela cidade em outra oportunidade, durante a perseguição de Nero. O evangelho seguiu o seu rumo, tendo alcançado plena expansão no império, ao mesmo tempo em que incomodava as autoridades, resultando em perseguição por parte dessas. Pouco anos depois, quando Constatino se tornou imperador de Roma, esse mesmo império que outrora perseguiu a igreja, a assumiu como religião oficial, causado maiores males que benefícios, alguns deles irreversíveis. A Reforma Protestante, tendo Lutero como seu maior expoente, tentou conduzir a igreja aos fundamentos escriturísticos. Nesses últimos duzentos anos a igreja precisou responder aos ataques do liberalismo – em virtude do iluminismo. Ao mesmo tempo em que experimentou grandes avivamentos, dentre eles, nos Estados Unidos, com Jonathan Edwards, e na Inglaterra com George Whitefield e os irmãos John e Charles Wesley. No limitar do século XX, o Espírito Santo soprou sobre a Rua Azuza, na América do Norte, dando início ao movimento pentecostal moderno, com William Seymour, tendo alcançado ampla expansão no Brasil a partir de 1911, com os missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren.
CONCLUSÃO:
A história da igreja continua, existem linhas nessas páginas que ainda precisam ser preenchidas. Enquanto aguardamos a vinda de Jesus, devemos estar imbuídos da responsabilidade de levar o Seu evangelho até aos confins da terra. Para tanto, a igreja não pode perder o rumo, e principalmente, deve manter-se sob o comando do Eterno Capitão. O estudo do livro de Atos, neste trimestre, possibilitou a aferição do trajeto à luz da Bíblia, a bússola sagrada. Permaneçamos, pois, no rumo certo, desse modo as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja de Cristo (Mt. 16.18).
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