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sexta-feira, 11 de março de 2011






LIÇÃO Nº 11 - DATA: 13/03/2011
TÍTULO: “O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO”
TEXTO ÁUREO – At 15:28-29
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 15:6-12


INTRODUÇÃO:


Desde os seus primórdios, a igreja cristã precisou lidar com controvérsias que colocaram em risco a unidade doutrinária. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da questão judaizante, que se espalhou em algumas igrejas e comprometia o evangelho de Cristo. Nesta lição, veremos como a igreja primitiva respondeu às tentativas religiosas de minar a doutrina, e, ao mesmo tempo, conseguiu manter o equilíbrio entre preservar a doutrina e cultivar o amor pelos irmãos.

Ao retornar da primeira viagem, Paulo deparou com um problema sério no meio dos judeus cristãos. Ele havia descoberto a fórmula da transculturação, ou seja, evangelizar os gentios sem os judaizar. Os radicais que permeavam a Igreja (os judaizantes) queriam que esses novos crentes seguissem o modus vivendi deles. Essa discussão deu origem ao Concílio de Jerusalém.

• Este Concílio foi necessário, pois os cristãos judaizantes desejavam impor uma carga muito pesada aos gentios, a qual nem os seus prórpios pais suportaram. Por isso, o Espírito Santo atuou naquelas decisões em prol dos novos conversos e nós, até hoje, somos também beneficiados por elas.

(obs:)

O Concílio é uma reunião de representantes da Igreja, com o objetivo de deliberar acerca da fé, doutrinas e costumes eclesiásticos.



(I) 1. O CONCÍLIO EM JERUSALÉM


A realização de um concílio em Jerusalém se fez necessária por causa de uma crença predominante entre alguns judeus que para os gentios serem salvos esses precisariam se tornar membros do povo de Deus e aceitar as obrigações da lei judaica. Além disso, havia também um problema, pois, para alguns judeus, os gentios, ao participarem da mesa da comunhão, a tornavam impura, por causa do alimento que traziam. Os mais preocupados com a inclusão dos gentios no seio da igreja eram os judaizantes. Eles argumentavam, a respeito dos gentios, que se esses não se circuncidassem, conforme o uso de Moisés, não podiam ser salvos (At. 15.1,2). Esse grupo permanecia atado às praticais rituais do judaísmo, eles não admitiam desconsiderar os rituais judaicos, na verdade, eram tais eram mais fariseus do que cristãos (At. 15.5). Logo a princípio, Paulo percebeu que esse ensinamento era contrário à fé cristã, e que punha em risco o evangelho de Cristo, desconsiderando a Sua morte expiatória (Gl. 2.21; 5.1-6). Caso a igreja optasse pela doutrina dos judaizantes, a morte de Cristo perderia a razão de ser, e o cristianismo não passaria de uma facção de judaísmo (Gl. 3.1-3). O posicionamento contundente de Paulo em relação aos judaizantes revelava o risco que o evangelho passava, a necessidade de defender os princípios básicos da fé cristã que estão sendo questionados, e com esses, o futuro da igreja de Jesus Cristo. Durante o concílio, Pedro lembrou do episódio de Cesaréia, na residência de Cornélio, como testemunho de que “Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem” (At. 15.7). Ninguém pode acusar Pedro se ser judaizante, haja vista que, conforme declarou no concílio “Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At. 15.11), consoante ao que afirmou Paulo aos Gálatas (Gl. 2.16). Tiago, o meio-irmão do Senhor, autor da Epístola que leva seu nome, e líder da igreja em Jerusalém, também “expôs Simão como Deus primeiro visitou os gentios, a fim de construir dentre eles um povo para o seu nome” (At. 15.14). Tiago destacou ainda que essa realidade confirmava “as palavras dos profetas” (At. 15.15). A partir de tal declaração, aprendemos que qualquer concílio eclesiástico somente é legítimo se esse se pautar pela autoridade das Escrituras.



II - CAUSA DA DISCUSSÃO:

• (1) – OS PERTURBADORES JUDAIZANTES - Deus abriu a porta da fé aos gentios. Isso era ponto pacífico (At 11:18; 14.27).
• Outro problema surgiu sobre a situação deles: deviam ser judaizados?
• Essa questão era séria e podia ameaçar as bases do Cristianismo. Alguns dentre os de Jerusalém foram a Antioquia, dizendo que os gentios deviam se tornar judeus para serem salvos.
• Diziam que os gentios deviam viver o modus vivendi judaico, prescrito na lei (At 15.1, 5).
• Isso era proveniente dos fariseus que se haviam convertido. Eles se apresentaram como vindos da parte de Tiago (Gl 2.12), que jamais os autorizou, como ele mesmo declara - At 15.24.
• Saíram da Igreja em Jerusalém, realmente, mas não foram autorizados a falar em nome dos apóstolos.

• (2) – LIBERDADE CRISTÃ AMEAÇADA - Em Antioquia da Síria, eles fizeram um estrago muito grande. Até Pedro e Barnabé se deixaram levar por essa "dissimulação", fazendo "vista grossa" (Gl 2.11-13).
• Paulo entendeu com clareza meridiana o que isso representava e com justiça ficou revoltado. Repreendeu publicamente um dos principais líderes da Igreja (Gl 2.14).


III - OS DISCURSOS DO CONCÍLIO:

• (1) – PEDRO - Havia grande discussão, quando Pedro se levantou, chamando a atenção dos ouvintes.
• Ele evocou a revelação que recebeu, antes de ir à casa de Cornélio.
• Lembrou ainda que Deus o escolheu para falar aos gentios, uma alusão à experiência na residência do centurião (At 10).
• A declaração de Pedro no versículo 11 revela que ele concordou com Paulo na discussão da Antioquia da Síria. São as mesmas palavras que o apóstolo dos gentios usou em Gl 2.16.

• (2) – PAULO E BARNABÉ - (v. 12) - A experiência de Paulo e Barnabé, na primeira viagem, é um testemunho vivo. Como Deus tratou com os gentios de maneira extraordinária, sem o ritualismo judaico e nem os seus encargos. Isso era a prova de que essas práticas não serviam para a salvação.
• Esse testemunho esmagador de Paulo e Barnabé, somado ao discurso de Pedro, testificava contra os judaizantes.

IV - PALAVRA DO PRESIDENTE:

• (1) – VALOR DAS DECISÕES CONVENCIONAIS - Tiago esperou que Pedro, Paulo e Barnabé apresentassem o seu parecer sobre o assunto, para depois tomar a palavra.
• A citação de Amós 9.11-12 é apenas uma das muitas passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios (Gn 22.18; Sl 22.27; Is 9.2; 42.4; 45.22; 49.6; 60.3; 66.23; Dn 7.14, etc.).
• Jesus determinou que se pregasse a todas as nações (Mt 28.19; Lc 24.47; At 1.8).
• A expressão "povo para o seu nome" era usada com referência a Israel (II Cr 7.14). No entanto, Tiago reconhecia que a Igreja era um povo com essa dignidade, constituído de judeus e gentios convertidos ao Senhor.

• (2) – COMO CONDUZIR UMA REUNIÃO - O que os demais participantes do evento acabavam.de ouvir de Pedro, Paulo e Barnabé era o cumprimento das promessas de Deus e profecias do Antigo Testamento. Por isso, Tiago dirigiu-se, respeitosamente, aos presentes, chamando-os de "irmãos". Não tinha intenção de atacar nem os legalistas e muito menos os "liberais", mas o seu compromisso era com a Palavra de Deus.

• (3) – UM POVO E NÃO UMA SEITA - Ele chamou Pedro pelo seu nome hebraico "Simão".
• Isso mostra que Tiago não o reconhecia como a pedra, como reivindica a Igreja Católica.
• A citação parafraseada que Tiago faz nas palavras de Pedro se reveste de suma importância, porque descarta a possibilidade de o Cristianismo ser uma seita judaica: "Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome"


(v. 14). Assim como Israel era uma nação, da mesma maneira seria a Igreja.
• As três características de Israel, Pedro aplica também à Igreja: "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido" (I Pe 2.9).
• Esse mistério da vocação dos gentios é assunto que Paulo se aprofundou em Efésios, capítulo 3.
• No entanto, Tiago, nesse Concílio, já havia apresentado este tema.

V - DECISÃO DO CONCÍLIO:

• (1) - "QUE VOS ABSTENHAIS DAS COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS” - Esse preceito diz respeito às restrições que se referem aos alimentos sacrificados aos ídolos.
• Essa matéria foi aprofundada posteriormente por Paulo (Rm 14.13-16; l Co 8. 7-15; 10.23-33).

• (2) – PROIBIÇÃO DO SANGUE - A proibição de se alimentar de sangue está prevista na lei de Moisés (Lv 3.17). No entanto, ele era usado como alimento ou bebida pelos gentios.
• Interpretar tal passagem como proibição para a transfusão de sangue, sustentada pelas testemunhas-de-Jeová, é uma "camisa-de-força" e não resiste a exegese bíblica.
• Primeiro, porque o sangue dessa passagem é o dos animais, e não o humano. Pois elas seriam obrigadas a admitir que a "carne sufocada" seja uma referência à carne humana.
• Em segundo lugar, porque nenhum preceito bíblico é nocivo à vida. Essa crença das testemunhas-de-Jeová é condenada por Jesus (Mt 12.3-7).

• (3) – ABSTENÇÃO DA CARNE SUFOCADA - Esse preceito está na lei de Moisés (Gn 9:5; 17.10-16; Dt 12.16, 23-25). Era muito comum entre os gentios, e ainda hoje, abater animais sem o derramamento de seu sangue.

• (4) – ABSTENÇÃO DA PROSTITUIÇÃO - O padrão moral deles estava muito aquém do judaico-cristão. Era grande o risco de os gentios convertidos naufragarem nessas práticas licenciosas. Havia nos templos a chamada "prostituição sagrada".

• (5) – CARÁTER DESSAS REGRAS - A expressão "destas coisas fazeis bem se vos guardardes" (v. 29) parece mais uma recomendação.

• Tiago acrescenta ainda: "Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas" (v. 21).
• Isso significa que os judeus têm o alto padrão de conduta e um modus vivendi exemplar, porque estudam sobre isso nas sinagogas todos os sábados.
• Os gentios não aprenderam os bons costumes, porque nunca tiveram quem os ensinasse. Por essa razão, o modus vivendi deles era precário. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. A lei de Moisés seria o complemento para a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do judaísmo e, além disso, confundiria com a identidade judaica. Nesse caso, era como se os cristãos de hoje usassem o talit (manto usado pelos judeus religiosos) e o kippar (solidéo que eles usam sobre a cabeça), alimentando-se apenas de khasher, como os judeus; além de outros ritos, como condição para a salvação.

• (6) – UMA QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA - Essas regras eram o mínimo que se pedia dos gentios, para não escandalizarem os judeus cristãos. Porém, mais por amor a eles, do que um meio de salvação.
• Uns acham que se trata de injunções e não ordenanças obrigatórias, usando como base Romanos 14.13-16; l Cor 8.7-13 e 10.27-29.
• Os contrários dizem que o assunto tratado por Paulo nas citações acima é outro.

CONCLUSÃO :


As igrejas evangélicas costumam apresentar costumes religiosos, alguns deles não são doutrinários. Contanto que esses não comprometam a doutrina do evangelho de Cristo, ou seja, não sejam impostos como condições para a salvação, nada há de errado em observá-los. Alguns usos e costumes são saudáveis à igreja, mas não podem ser transformados em regras legalistas. Há igrejas pentecostais que demonstram zelo pelos usos e costumes dos pioneiros, outras já não mais os consideram válidos. A regra áurea continua sendo a mesma aplicada aos gentios pelo concílio de Jerusalém: o equilíbrio entre a preservação da doutrina e o respeito aos costumes. Para tanto, é de bom alvitre atentar para a recomendação do Apóstolo dos Gentios, “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Co. 10.31).

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