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Com a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a bênçao de Deus e do Espírito Santo e Anuência do Reverendo Pastor Antônio Jorge Moreira, seja abençoado ao ler cada mensagem posta.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

LIÇÃO 7 - PAULO, UM MODELO DE LÍDER SERVIDOR


                                    E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão (2 Co 6.1)

Conta-nos Alexandre Coelho, que um grupo de elite de um exército recebeu a tarefa de destruir um alvo inimigo. Entretanto, não havia muito tempo. O grupo teve poucas horas para estudar toda a estratégia necessária, sem poder treinar os movimentos que seriam colocados em prática durante a operação. Mesmo assim, todos os membros daquela missão arriscaram suas vidas e obtiveram vitórias. Dado o êxito alcançado, a equipe passou a treinar com alvos fictícios para novas investidas, se necessárias.

Com tempo suficiente, realizaram o primeiro treino. Estudaram as circunstâncias do local, as possíveis falhas, o revide do inimigo, mas quando a operação foi colocada em prática, falhou. Após o minucioso estudo sobre o que os teria levado ao fracasso, os líderes concluíram que a operação fracassara porque os soldados não tiveram de colocar suas vidas em risco, como da primeira vez.

1. Paulo, líder servo
Na interação acima, foi retratado a história de um grupo de elite que em um primeiro momento de suas careiras deram a vida pelo seu General. Mas com o passar do tempo, o preciosismo e talvez o orgulho, tomou conta de suas atitudes e na segunda grande missão de suas carreiras, fracassaram.

Não vemos, no decorrer do ministério apostólico de Paulo, desânimo, esmorecimento ou qualquer espécie de preciosismo que o tempo de ministério causa em muitos líderes.

Igualmente, o jovem Davi antes de enfrentar Golias foi orientado por Saul a usar sua armadura, pois todo soldados antes da batalha tinha que usar capacetes, armaduras, escudos e lanças. Todavia, ele foi para peleja com o que tinha de melhor que era sua sinceridade e isso foi uma das atitudes que lhe garantiu a vitória.

O mais belo na vida de Davi, é que na segunda maior missão de sua vida, na reconquista da arca da aliança, mesmo sendo agora o maior Rei de Israel, ele tomou uma atitude semelhante a que adotou quando ainda era um jovem pastor de ovelhas, de maneira sincera e sem qualquer preciosismo ele se despiu de suas vestes reais e comemorou a volta da arca da aliança com muita sinceridade, como se ainda fosse aquele jovem pastor.

Será que as atitudes atuais de alguns líderes correspondem às mesmas que tomavam no início de seu ministério? Ou o tempo está enchendo seus corações de preciosismo e de orgulho pueril?

Apesar de muitos erros, Davi sempre procurou agradar o coração de Deus e não dos homens, mesmo que todo um sistema não o ajudasse. Por isso agradou a Deus e ganhou a bela alcunha: Um homem segundo o coração de Deus (At 13.22).

A bíblia adverte: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente...” (Jr 48.10a). Diz ainda: “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens” (Cl 3.23).

Em cada missão Paulo se dedicava cada vez mais, mesmo não sendo correspondido, nos líderes que não têm o amor de Deus derramado em seus corações através do Espírito Santo, esse amor não correspondido provoca preconceito e arrogância. Mas nos verdadeiros líderes servidores, de muita boa vontade, o amor aumenta a cada dia. Por isso ele afirmou: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2 Co 12.15 – original sem negrito).

O tempo e as realizações de um grande ministério não faz nascer nenhum sentimento de orgulho naqueles líderes que apesar das honras, nunca deixam de ser servo. Pois uma vez servo, sempre servo. Por isso ele exortou no texto em destaque: “não recebais a graça de Deus em vão”. Nós não merecemos militar nesta batalha por Jesus, por isso temos que zelar pela oportunidade que nos concedeu de liderar um exército.

2. Escândalo: pedra de tropeço
Paulo amava tanto aos seus liderados ao ponto de em nenhuma época do seu ministério ter trazido escândalos a obra do Senhor que são tão comuns nas relações interpessoais (v. 3): “não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”.

A palavra escândalo tem origem no grego proskomma (προσκομμα)[1], que significava pedra de tropeço, obstáculo no caminho ou aquilo sobre o qual a alma tropeça. Por exemplo, se alguém batesse seu pé contra o proskomma, tropeçava e caía, além do mais, era o motivo pelo qual se pecava.

Ora, sabemos que existem profecias no sentido da inevitabilidade do escândalo (Mt 18.7), mas em sendo necessário, que não venha por nós, amado leitor. Quantos prejuízos esses têm causado à obra do Senhor nas inúmeras matérias envolvendo líderes religiosos no Brasil? Não sejamos pedra de tropeço no avanço da obra do Senhor!

Paulo exemplifica nove provas da paciência e fortaleza do seu apostolado mesmo em meio às tribulações (vv. 4,5), que se dividem em três grupos:
I. Difíceis circunstâncias da vida:
a) aflições
b) privações (sofrimentos)
c) angústias (dificuldades)
II. Perseguições:
a) açoites
b) prisões
c) tumultos
III. Dificuldades circunstanciais:
a) trabalhos
b) vigílias
C) jejuns

Chama-nos atenção que Paulo não esmoreceu sua fé, mas manteve o equilíbrio em toda aflição, inclusive sendo agredido por populares, trabalhando demasiadamente na obra, perdendo muitas noites de sono e nem mesmo sem ter algo o que comer.

Provavelmente esses trabalhos, jejuns e vigílias a que ele se refere no terceiro grupo não eram voluntários, mas sim circunstanciais devido à escassez ou quem sabe preocupação oriunda das dores de parto: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). Afinal, quem consegue se alimentar ou dormir quando as provas estão nos esmagando?

As circunstâncias é que lhe tirava o sono e o apetite, as circunstâncias é que lhe obrigava a pregar a todo o momento e às vezes ainda fazer tendas para seu próprio sustento.

Que líder! Precisamos de mais “Paulos”!

Nesse sentido afirma Shedd:
Um líder nega a si mesmo, sofre e pode até morrer para ajudar ao próximo por causa do constrangimento do amor de Cristo (2 Co 5.14). A realização, a fama e a recompensa que acompanham a liderança nesta vida, são secundárias. Como Moisés, um líder servil prefere "ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado", porque "contempla o galardão" (Hb 11.25,26)[2].

3. As armas da justiça: fé é escudo e a palavra de Deus é a espada
Mais ações que deram credibilidade a liderança do Apóstolo Paulo (vv. 6,7): pureza, saber, longanimidade, bondade, o Espírito Santo, amor não fingido, palavra da verdade e o poder de Deus, pelas armas da justiça.

Vale ressaltar que, o poder de Deus se manifesta através das armas da justiça: “na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda,” (2 Co 6.7 – original sem negrito). O que significa a expressão em destaque? O guerreiro medieval empunhava em sua mão direita uma espada e na sua mão esquerda um escudo, logo, Paulo nos ensina que na guerra espiritual temos que possuir armas ofensivas e defensivas.

Arma vem do grego hoplon (οπλον) [3] provavelmente da palavra primária hepo (estar ocupado com) significava qualquer ferramenta ou implemento para preparar algo, ou as armas usadas em guerra, armamento.

Todo líder tem que ter em mente que a nossa é escudo e a palavra de Deus é a espada, com aquele nos protegemos de todos os dardos inflamados do maligno e com esta espada poderosa empunhada as portas do inferno não prevaleceram (Ef 6.16,17).

Vale corrigir um erro conceitual que muitos têm quando estão sendo perseguidos, ao citar imediatamente a seguinte frase do próprio Jesus: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18 – original sem negrito).

Jesus, nesse versículo, ao contrário do que muitos pensam, retrata uma igreja guerreira, partindo para o ataque e as portas do reino do inferno indo ao chão e não ao contrário, a igreja sendo atacada pelas hostes do inferno e prevalecendo na resistência, na defensiva.

Por isso que, segundo esse princípio bíblico estabelecido pelo próprio Jesus, a melhor defesa é o ataque. Judas aprendeu bem essa lição ao ponto de nos exortar na sua epístola universal a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v. 3).

Conclusão
Os grandes líderes atuais têm que seguir os passos de Paulo, uma vez que esse seguiu os de Cristo que afirmou: “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12). Parafraseando a ideia temos a seguinte lição: “Quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve servir”.

Mesmo se humilhando por amor a muitos, a humanidade nunca viu nem verá um líder como Jesus:
Bem, não conheço ninguém, vivo ou morto, que possa chegar perto de Jesus Cristo na personificação dessa definição. Vamos olhar os fatos. Hoje, mais de dois bilhões de pessoas, um terço dos seres humanos deste planeta, se dizem cristãos. A segunda maior religião do mundo, o islamismo, é menos da metade menor do que o cristianismo. Dois dos maiores dias santos deste país, Natal e Páscoa, são baseados em eventos da vida de Jesus, e nosso calendário até conta os anos a partir do nascimento dele, há dois mil anos. Não me importa se você é budista, hinduísta, ateu ou da "igreja da moda", ninguém pode negar que Jesus Cristo influenciou bilhões, hoje e ao longo da História. Ninguém está próximo do segundo lugar.[4]

Portando, sigamos o Mestre Jesus que se declarou o Bom Pastor (Jo 10.14), mesmo sendo o Sumo Pastor (1 Pe 5.4), que é garantia de uma liderança eficaz. Vejamos o que o próprio Paulo declarou sobre a liderança de Jesus:
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é acima de todo nome (Fp 2.6-9).

Encerro essas linhas citando um belo texto do Pr. Altair Germano sobre a verdadeira gestão ou liderança cristã:


GESTOR OU PASTOR?
Gestor cuida de coisas, pastor cuida de ovelhas.
Gestor visita obras, pastor visita ovelhas.
Gestor administra os negócios, pastor alimenta as ovelhas.
Gestor comanda de sua mesa, pastor se envolve com as ovelhas.
Gestor cheira a gabinete, pastor cheira a ovelha;
Gestor manda nos comandados, pastor serve as ovelhas.
Gestor possui seguranças, pastor protege as ovelhas.
Gestor consulta o número do cadastro, pastor conhece as ovelhas pelo nome.
Gestor espera o resultado, pastor vai em busca da ovelha e a carrega nos ombros.
Gestor pune, pastor corrige as ovelhas.
Gestor demite, pastor restaura as ovelhas.
Gestor da treinamento para os liderados, pastor guia as ovelhas.
Gestor tem metas, pastor tem propósitos.
Gestor busca o topo, pastor caminha nos vales.
Gestor usa apenas a técnica acadêmica, pastor usa a experiência dos desertos e dos vales.
Gestor é formado, pastor é chamado.
Gestor assina papéis, pastor cumpre o seu papel.
Gestor gasta tempo e recursos com a manutenção do posto, pastor investe na oração.
Gestor constrói prédios, pastor edifica vidas.
Gestor paga contas, pastor paga o preço.
Gestor é temido, pastor é amado.
Gestor possui igreja, pastor é dado a igreja.
Gestor é chefe, pastor é amigo.
Gestor é bajulado, pastor é honrado.
Gestor passa, pastor fica na memória.
Gestor vive regaladamente, pastor dá a vida pelas ovelhas.[5]


NOTAS:                                                                                                                              


[1] STRONG, James. Dicionário bíblico Strong: léxico hebraico, aramaico e grego de Strong. São Paulo: SSB, 2002, p. 1627.
[2] SHEDD. Russell Philip. O líder que Deus usa: resgatando a liderança bíblica para a Igreja no novo milênio. São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 66.
[3] STRONG, James. Dicionário bíblico Strong: léxico hebraico, aramaico e grego de Strong. São Paulo: SSB, 2002, p. 1550.
[4] HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2007, p. 41.
[5] Disponível em: http://www.altairgermano.com/2010/02/gestor-ou-pastor.html

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